Controle de Pragas

Skadd soltou sua corda com um puxão. Aquele item demonstrara-se muito útil, mas ainda precisaria de alguma arma. Não podia contar com os outros por muito mais tempo, nunca fora de depender dos outros também.
O sheikah passou correndo pelos dois twilis e alcançou o goron, agora já levantado.
A planta que o derrubara não era muito grande, apenas dois palmos mais alta e tinha espinhos em seu caule.
"Minha corda não funcionará neste"
— Vou precisar de um pouco mais de força, goron.
Fora do alcance da mordida do monstro mas ainda perto o bastante para sentir o seu hálito, Skadd jogou sua corda num galho mais alto e conferiu a resistência do gancho com seu peso, suspendendo-se centímetros acima do solo.

— Um pouco de força-goro?
O goron avançou contra a planta enquanto ela apenas passava a carnuda língua pela sua boca, desferindo um golpe acima de seus ombros, o que criou uma desvantagem quando a altura da cabeça a desviou do ataque. Como contra ataque, o monstro apenas abaixou a cabeça com mandíbula aberta, envolvendo a cabeça do goron, mas ela não esperava estrangular ou arrancar fora a cabeça da vítima, apenas queria conter o goron impetuoso.
— !!! — Dwar gritava mas nenhuma voz era ouvida, apenas as batidas de sua mão e sua maça na planta.
Dentro, o rosto do infeliz goron era bombardeado pela língua fétida do deku baba. Dwar descobriria, então, que era muito mais bárbaro do que as tribos de sua terra ao mirar a ponta da língua adversária e mordê-la.
A criatura urrou, como ele pôde ouvir ali de dentro, mas nem por isso soltou a cabeça.

Endrance apressou-se em sua corrida, sacou seu florete, próximo do Goron, lembrou-se de como foi fácil para a Twili matar o Deku Baba seprando-o de seu caule e assim fez: Saltou para a esquerda, e com um único golpe decapitou o monstro que prendia o goron, a cabeça da coisa, então, seca e finalmente libera o homem de pedra.

— Eu disse use a cabeça e não os músculos, vamos logo agora, não temos tempo para brincar de jardineiros aqui. — Mostrava-se forte, escondendo a dor imensa em seu braço que sangrava novamente, talvez devido a força desferida no golpe ou algo assim, mas qualquer que fosse a causa era bom tratar seu braço logo.

— O perigo mais próximo já passou, mas vamos ficar mais atentos desta vez. E sem investidas, cabeça-de-pedra. Caso algo mais aconteça, vamos pensar melhor e planejar um pouco as coisas antes de sair batendo às cegas. — A espadachim dizia enquanto caminhava até o goron. Acima dela, o sheikah fazia alguma coisa estranha dependurado na corda. Midnite olhou para a corda e em seguida tentou entender o homem. Sem sucesso, ela apenas olhou para a continuação da trilha e a uma curva no final. — Espero sinceramente que essa trilha acabe logo.

Silenciosamente o zora voltou detrás de um arbusto acima do barranco, gotas lhe escorriam pelo corpo escamado e liso. Não era suor, apenas água. Mesmo sem que alguém perguntasse o que fizera, ele respondeu que estava se hidratando.
Zoras tinham esse hábito, uma necessidade na verdade, de hora em hora, às vezes num espaço de tempo maior, caso o zora se controlasse, eles tinham de se banhar com um pouco de água para não ressecar sua pele.
Talvez aquilo tenha parecido outra coisa, mas Jino não se importava.
Sem esperar comentários, ele caminhou pela passagem. Em sua mente, analisava a suposta líder, Midnite.
"Ela parece apenas se mostrar forte, pois não é tudo isso. No entanto, ela estava certa. Um pouco mais planejamento nunca é demais. Hmpf... meu avô sempre dizia isso...
Ao espiar pela curva reparou uma acentuado decline na trilha e o chão seguinte estava com menos sombras de árvores. Era uma clareira.
Subitamente uma gota atingiu seu ombro e outra em seguida.
— Vai chover, e vai ser forte.

Um cheiro de terra molhada alcançava-lhe o olfato. Se pudesse ver acima do teto de folhas e galhos, veria várias núvens levadas por um vento do sul. Nuvens estranhamente escuras e pesadas. Já passara por tempestades, todos já viram uma, mas aquilo não era uma tempestade. Os ares não eram de Hyrule.
Mas ainda da altura que ele estava, podia ver adiante.
Além da curva e da descida, um espaço bem baixo na floresta acumulava água. Rasa, podendo ser atravessada a pé, apenas com um pouco de cuidado para evitar saliências ou rochas. Mas com a chuva que vinha, logo tudo seria inundado para a altura de dois hylians. Uma água escura, na maior parte deveria ser de barro e sujeira.
Felizmente havia uma ponte, bem alta, mas este era o motivo. Eventuais chuvas torrenciais deveriam realmente inundar o local.
A chuva se intensificou e uma das mãos de Skadd escorregou. Era o sinal para descer.
— Midnite. Endrance, não? Na sua terra chove?

- - -

A ponte era velha e rangia com os passos do Sheikah. Por duas vezes, uma grande árvore sem folhas apenas galhos longos e grossos cortavam o caminho da ponte, fazendo-a contornar num trecho mais fino até retornar à estrutura normal e alta. Suas tiras de madeira escura deixavam ver muito do chão logo abaixo, levemente oculto pela água rasteira, mas que a cada gota parecia mais profundo.

— Sinto te desapontar, mas nasci e cresci nessa terra.

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A cada minuto passado mais frequente eram as gotas, prenunciando um temporal talvez, de qualquer forma um abrigo seria bom, afinal nem todos ali se davam bem com a chuva.

— Devemos encontrar um abrigo, a chuva pode estragar nosso 'passeio'. — Sutilmente apontou para o Goron, meio incomodado com a chuva. — Creio que os tais Dekus não vão abandonar o seu templo, nem nossas 'plantinhas' fugir.

Atravassava a ponte precária, não temia queda alguma afinal eram poucos metros, as gotas escorriam pelo seu rosto, por uma ou duas vezes escorregou, mas nenhum grande problema, enfim, continuou atravessando esta, cauteloso talvez, um piso em falso e CRECK mais uma das tabuas desgastas se partia e caia.

O goron, apalpando sua cabeça e cuspindo alguma gosma da língua que mordera, agradeceu o twili com um gesto forçado e um toque no ombro antes de caminharem até a clareira.
— Gorons não gostam de chuva gelada-goro. A única água que suportamos são das fontes termais de Firhorn-goro. Aquelas são águas... -goro....
Ele não sabia, mas também haviam fontes termais em Hyrule e seria apenas uma questão de tempo até encontrá-las.
Com demasiado cuidado, Dwar começou a atravessar a ponte. No seu segundo passo, a ponte rangeu tal como um lobo faria ao ser acordado com uma pisada humana no rabo.
— Não há outro jeito-goro?
Como se ele não fosse azarado demais para ter que atravessar uma ponte bem extensa e velha, sob uma depressão que já tinha água na altura do peito, um estranho vento soprou formando um redemoinho pequeno, próximo à árvore, onde em seguida passou uma criatura pequena e cheia de folhas, cor de madeira escura, arremessada na ponte, embora tenha saltado nela na verdade.
A criatura se pôs a correr ao fim da ponte. Não notara os aventureiros.

O estranho redemoinho não parecia ser algo natural, com certeza era mágico e causado por alguma criatura atrás do deku fugitivo.
Midnite caminhava atenciosa mas num apressado ritmo, alcançando um trecho que a ponte estava melhor sustentada ao lado de uma árvore. Daquele ponto ela podia muito bem ver o deku, já em outro trecho em lateral com uma árvore. Eram duas dessas árvores entre a ponte, mais alguns passos e a ponte acabava numa massa de terra alta. Um vão entre dois barrancos altos davam continuidade à trilha, rumo ao Templo da floresta.
Midnite olhou para o Deku, parado com uma das pequeninas mãos apoiada na árvore enquanto tomava fôlego. Não parecia tão cansado, mas sim ferido. Algumas manchas roxas destacavam em sua pele de madeira marrom claro.
Midnite sempre gostou de seres diferentes aos padrões daquele mundo. O jovem deku lhe parecia agradável de se olhar por alguns minutos, procurando detalhes. Isso a fazia se sentir como era no Twilight. Embora sua raça tivesse um padrão, haviam muitas variações mesmo dentro da mesma família.
Com o clã Dusk isso acontecia a cada nova geração. No final de sua linhagem era a aquela Midnite e mais duas irmãs, as três eram quase idênticas, mas pouco aparentadas com seus pais. Lembravam até mesmo a pequena princesa do reino.
Crack!
Dois dekus vinham correndo pela passagem entre os barrancos e um deles quebrou uma madeira da ponte ao pisá-la, prosseguindo rapidamente antes que ficasse preso nela. Se aproximavam do outro deku. Todos eram visivelmente iguais e inclusive tinham manchas de golpe e um ou outro corte.
— Dekus! Venham cá. Do que era que estavam fugindo?

Jino percebeu a impermeabilidade dos dekus quando eles caminharam pela ponte molhada e as gotas da chuva pareciam esquivá-los. Acontecia o mesmo com ele.
— Quem são vocês? — O primeiro deku indagou, com seus olhos amarelos arregalados.
— O que trás coisas de fora da floresta aqui? — Perguntou um segundo, com seus olhos semi-cerrados como se duvidasse do grupo de aventureiros só pelo olhar.
— Essa pergunta também vale para vocês. Sei que dekus não são de Hyrule. — Jino conhecia as tribos de sua terra e ouvira falar pelos zoras viajantes do leste sobre um império dessas criaturazinhas. — O que fazem tão longe de seu império?
Dois dos dekus entreolharam-se. Não imaginavam que alguem soubesse de Termina.
— Estamos atrás de um artefato roubado que...
— Não precisam saber mais! — O deku do fundo interrompeu. — Não responderam ainda, o que fazem aqui?
— Acertando contas com algumas pragas mal-vindas.

— Pragas que ainda não são vocês-goro... gwhahaha!
Os três caras-de-madeira olharam para o goron com uma expressão de desgosto, mas ele não deu a mínima. Gostava alias de ver a reação da "vítima" ante uma piada sem graça e com toques de ódio.
— Viemos dar um fim a praga deku baba-goro... mas-goro, de onde é que são mesmo-goro?
— Esse goron tem algum problema? Não para de falar "goro". — Um deku cochichou ao lado.
— Nosso império fica em Termina, oras.
A palavra "termina" trouxe algumas lembranças ao goron cabeça-dura. Vozes sobre invasão e guerra, planos secretos em salas de generais.
Dwar não tinha a infância em seus arquivos de memória, mas alguns flashes às vezes vinham à tona.
— Termina-goro... isso não me é estranho-goro... — Ele coçou a cabeça, procurando algum fio de cabelo, mas se lembrou que não o tinha. — Como assim "goro"-goro?
Os três dekus se entreolharam novamente. Suas respirações soavam um engraçado "sniff", como se o ar escapasse pelo grande buraco da boca.
— E como é esse seu artefato-goro? Têm alguma pista-goro? — Dwar demonstrava-se interessado no objeto.

Aquilo tudo sobre uma busca de algo roubado estava muito estranho. Midnite suspeitava da conversa e segredos dos deku.
— Não podemos dar mais informações.
— Assuntos do império Woodfall.
— Problemas deku são resolvidos por deku.
— Assim como dekus mortos realmente assim ficam e nada mais importa?
— Como assim? Aonde quer chegar, hylian cinza?
— Não sou hylian. Nem imagina o que sou.
Eu vi que estavam fugindo de algo. O que era aquele redemoinho de vento?
Um dos dekus fechou os olhos, encarando os pensamentos. Logo respondeu:
— Você viu. Não há problema em saber de nossos assuntos... O artefato é um bumerangue mágico de nosso rei, roubado por um grupo de macacos.
— Semanas depois de investigação, descobrimos que era de Hyrule e então vários pequenos grupos foram enviados para vasculhar as florestas. Somos apenas mais deles, com sorte e azar.
— Porque os dois?
— Achamos o ladrão.
— E achamos o ladrão usando o bumerangue...

Skadd apareceu na conversa com um grande galho de folhas largas, usando-o como guarda-chuva. Sua roupa era fina demais e nessa chuva pegaria um resfriado facilmente.
— E o que esse bumerangue tem de mágico?
— Ele... tem um espírito mágico aprisionado em sua estrutura.
— Esse espírito tem grandes domínios sobre o vento, concedendo poderes de acordo com a ordem dada pelo seu usuário.
— Por isso apareceu um redemoinho. Ele o criou com o bumerangue. Quem é que o está usando? Um macaco?

Mas não era um simples macaco. Sem que ninguém das cidades soubesse, os macacos de Ordon e Faron se reuniram num clã e nomearam um deles como chefe tribal. O mesmo que tinha ido a Termina e roubado o bumerangue recentemente. Ele era chamado de Ook.

— Ele é um macaco muito esperto e comando todos os outros.
— A poucos meses ele andou usando o poder do bumerangue para espantar as deku babas de um templo nas redondezas. Deve ser por isso que as suas "pragas" andam criando problemas.

Skadd suspirou ao compreender a expansão das plantas baba.

— Até então, elas pareciam habitar apenas o templo em grandes populações. Mas esse macaco expulsou todas de lá sem motivos aparentes.

Este não prestava tanta atenção na conversa, observava a floresta, afinal os Dekus estavam feridos e sendo perseguidos, possivelmente seus 'perseguidores' apareceriam logo mais, já não bastavam as plantas carnivoras, mas agora havia um macaco com um bumerangue mágico parar causar mais problemas


— Me parece que seu Bumerangue está vindo.
— ... Como as...

O Deku foi interrompido por um vento incomum, logo um macaco saltava do mesmo lugar de onde os Dekus saíram. Tinha um Bumerangue em mãos, o tal Bumerangue Mágico. Ameaçou atira-lo contra os Dekus, mas parou, questionou o grupo.

— O que fazem em minha floresta? Já não bastam essas plantas estupidas por todos os lados?

http://images1.wikia.nocookie.net/antiga/pt-br/images/c/c6/Ook_Large.png

— Sua floresta? Hmpf...
O sheikah se surpreendeu mais com o fato do macaco falar, embora de modo estranho, o idioma comum. Nunca soube de macacos que falavam outra senão sua própria linguagem.
Mas ele também soube que aquele ser não era algo qualquer, era poderoso. Seu bumerangue brilhava verde e deixava um rastro de vento quando seu dono gesticulava com o braço.
— Porque expulsou as plantas baba do templo? Existe muita floresta ao redor dele do que próximo da cidade.
O macaco olhou para o sheikah com um olhar espremido.
— Do jeito que defende seu povo, defendo meu. Babas não são bem vindas no novo território. Problema não é meu se plantas atacaram vocês.
— Como assim "novo território"? O templo da floresta não é de ninguém. É um Templo!
— De ninguém não mais, meu povo agora é o dono.
Hylians e vocês dois — Ele apontava para Dwar e Jino pois não eram hylians. — não são bem vindos. E dekus serão mortos agora. — Aparentemente ele confundira os Twili e Sheikah com hylians.

Os dekus estremeceram num misto de medo e raíva ao verem o macaco apontar o bumerangue para eles. Jino não gostou do tom que Ook falava sobre o templo e a floresta. Aquela era uma região livre a todos. Ele não tinha sequer o direito de expulsar as plantas até.
O zora colocou as mãos sobre os punhais amarrados na cintura e olhou para o macaco. — Espero resolver esse problema pacíficamente. Não queremos ninguém ferido.
— Vocês não tem chance contra mim. Mas só tenho contas com deku. Saiam antes que eu ataque.
Jino simplesmente ignorou o macaco, prestava mais atenção nos braços da criatura quando avançou retirando as adagas e desferindo um golpe certeiro no ombro e outro de raspão no braço. Ook tinha muitos pontos de vida e arranhões não eram suficientes para um combate de verdade, mas talvez uma luta em grupo resolvesse.
— Você pediu! — Ook gritou outras coisas, mas passou a usar seu idioma próprio. Percebia-se que não eram palavras doces.
Dando um salto para trás, o macaco arremessou o bumerangue enquanto escalava a árvore mais próxima. O bumerangue descreveu uma linha no ar e perto de Jino desenhou um redemoinho, jogando-o na água. Na volta, o bumerangue levou junto um dos deku.

Um dos deku foi levado até as mão de Ook, que lhe desferiu alguns socos e arremessou novamente o bumerangue, dessa vez mirava alguns galhos mais altos da árvore, onde três morcegos Keese dormiam escondidos da chuva. Com o redemoinho, os morcegos foram pegos e levados até próximo dos aventureiros.
Ook soltou uma gargalhada primata ao ver os morcegos esvoaçarem seus inimigos.
Enquanto um deku, fora da visão dos morcegos, mirava com sua habilidade Canhão Deku para disparar uma noz no macaco, o outro pulava pela água até o lado sem ponte da árvore.
A chuva dificultava a mira e o primeiro tiro passou perto da cabeça do deku, fazendo-o gritar com seu parceiro.

Dados de Batalha escreveu:Ook - 17 PV
Jino 8 PV
Endrance 8 PV
Deku cativo 5 PV
Demais deku - 6 PV
3x Morcegos Keese - 3 PV

PS.: Primata, valew mesmo

PS.: Endrance levou por um golpe de deku baba no início da trilha.

Endrance correu na direção do Macaco, prestando atenção para não entrar na rota do bumerangue, não pretendia feri-lo se não fosse realmente necessário, saltou para uma arvore próxima agarrou-se a um galho, verificou sua estabilidade e atirou-se para o próximo, achava que entre as árvores o bumerangue não poderia acerta-lo, engano seu, por um instante viu um vulto verde e no próximo segundo já estava no chão, arremessado por um redemoinho.

— Dois já foram, qual será o próximo? — Ook voltou-se para os outros três, preparado para atirar o Bumerangue no próximo que se movesse, gargalhadas e mais gargalhadas com a atuação dos Dekus.

OFF escreveu:Primata não?